14 fevereiro 2006

Dia de Fazer o que nos Impingem

Hoje, Dia de São Valentim é outro dos dias (tal como o Alôuíne) que repudio.

Não pela data em si, mas pelo que se gera à sua volta.
Existe apenas com o intuito de inflacionar os preços que tenham a ver com qualquer coisa que se aproxime de um ideal "romântico".

Não serve para mais nada que não seja conseguir vender aqueles horríveis balões em forma de coração com frases bem portuguesas como "I Love You".
Quem precisa do Dia dos Namorados para demonstrar o seu amor, então é um péssimo namorado.

Se é um lugar comum dizer que o Dia dos Namorados são todos os dias, porque é que ainda nos subjugamos ao 14 de Fevereiro? Porque lhe damos importância?
Eu seguramente que não dou, ainda que criticado pelo meu amor.

Presentes e declarações de amor, dou e faço ao longo de 365 dias de um ano. A falta de espontâneidade deste dia, quebra qualquer gesto que se possa ter.
O que é mais importante? Um ramo de flores hoje, ou noutro dia qualquer de forma inesperada?

É a surpresa e a inovação, que mantém a chama acesa. Porque estipular à partida um dia para estas coisas. Soa tudo a falso.

Por tudo isto, não gosto do Dia dos Namorados. Mas gosto que todos os outros o sejam.

2 comentários:

El Felino disse...

Dissertei (brevemente) sobre o mesmo assunto no meu blog. Ainda assim, observei um acontecimento que muito me perturbou e pôs em causa todos estes ideais de que falamos.

É certo que estes dias são falsos, que têm uma visão muito mais consumista do que propriamente sentimental. Apelar às emoções para gastar dinheiro é o caminho mais fácil de causar pressão social. Discuti sempre estas questões com as namoradas que tive (não foram muitas) e tentei sempre desvalorizar este dia pseudo-especial, valorizando com gestos de amor os restantes dias do ano.
No entanto, a minha experiência demonstrou que nunca uma rapariga foi capaz de aceitar completamente esta situação. Havia sempre um sentimento de decepção no momento em que percebiam que não iriam receber nada só porque eu decidira contrariar um dia inventado por capitalistas. Talvez porque viam as suas amigas receber prendas de namorados menos consciencialistas, talvez porque pensassem que havia algum problema ou até medo da minha parte em oferecer algo naquele dia dedicado aos namorados. O que é certo é que, sempre que quebrei a regra e ofereci uma lembrança nesse dia, por muito insignificante que fosse, obtinha uma surpreendente reacção de entusiasmo e felicidade.
Só posso concluir que o mundo é, cada vez menos, dos idealistas...

rob disse...

... mas como se namora todos os dias, fixe, é mais um!