27 fevereiro 2006

É Carnaval!

Que bela partida de Carnaval que a revista GQ nos pregou.
Colocar na capa mãe e filha é um gesto engraçado mas que peca pelas qualidades físicas das representadas.

Em relação à petiz Pimpinha, ou Pipinha, ou Pipimnha, eu sei lá, é uma rapariga que se sente que gostava de fazer aquelas coisas que as meninas que não são de "boas famílias" gostam de fazer. Ela deve se sentir quase como uma Paris Hilton à portuguesa. Mas só de intenções, e sem filmes revelados ao público. E sem uma data de outras coisas que todos nós sabemos.
A verdade é que a rica filha não tem corpinho para ser capa de uma revista "masculina" na minha opinião. Mas a culpa disto é dos homens*.

A tia Cinha (se lermos depressa fica tiazinha...) aparece na capa por outros motivos. E não, não estou a falar de cunhas, mas sim daqueles desejos secretos de quem passou a vida a ver estrelas de cinema a posarem como pin-ups e a aparecerem nas revistas de todo o mundo.
Por isso, para a Cinha isto foi um sonho tornado realidade só que um pouco fora do prazo. Não há cirurgia que lhe valha.

É claro que admiro a ousadia de terem feito estas fotos, mas a admiração seria a mesma se fosse a senhora lá de baixo que trabalha no quiosque dos jornais.
Com tudo isto resta esperar que a GQ que até aqui se denominava Gentlemen's Quarterly, volte à qualidade que habituou os seus leitores e não passe a ser conhecida como Gajas Quaisquer.

Que boa partida de Carnaval.

*Desta problemática falarei noutro post.

21 fevereiro 2006

Esta ausência desde a alguns dias deveu-se ao falecimento do meu avô, que muito estimo e admiro. Alguém que me ensinou muito.

O blog segue dentro de momentos.

14 fevereiro 2006

Dia de Fazer o que nos Impingem

Hoje, Dia de São Valentim é outro dos dias (tal como o Alôuíne) que repudio.

Não pela data em si, mas pelo que se gera à sua volta.
Existe apenas com o intuito de inflacionar os preços que tenham a ver com qualquer coisa que se aproxime de um ideal "romântico".

Não serve para mais nada que não seja conseguir vender aqueles horríveis balões em forma de coração com frases bem portuguesas como "I Love You".
Quem precisa do Dia dos Namorados para demonstrar o seu amor, então é um péssimo namorado.

Se é um lugar comum dizer que o Dia dos Namorados são todos os dias, porque é que ainda nos subjugamos ao 14 de Fevereiro? Porque lhe damos importância?
Eu seguramente que não dou, ainda que criticado pelo meu amor.

Presentes e declarações de amor, dou e faço ao longo de 365 dias de um ano. A falta de espontâneidade deste dia, quebra qualquer gesto que se possa ter.
O que é mais importante? Um ramo de flores hoje, ou noutro dia qualquer de forma inesperada?

É a surpresa e a inovação, que mantém a chama acesa. Porque estipular à partida um dia para estas coisas. Soa tudo a falso.

Por tudo isto, não gosto do Dia dos Namorados. Mas gosto que todos os outros o sejam.

13 fevereiro 2006

Comércio Tradicional

Há uns anos, o governo de Guterres fez uma lei que passou a proibir as grandes superfícies de abrirem Domingo todo o dia, exceptuando os meses de Novembro e Dezembro em virtude da época Natalícia.

Ora tal medida foi feita a pensar na defesa do comércio tradicional. Muito bem pensado devem ter pensado alguns "dótores" iluminados.

Pois... se lhes fecharmos os supermercados ao domingo à tarde, eles vão ter de ir à mercearia da esquina para comprar as coisas para a casa...

Claro!! Mas que grande ideia. Vamos defender o comércio tradicional!!

Ao fim de todo este tempo (é estranho que tenha que ter passado tanto tempo...) ainda não perceberam que o comércio tradicional não sai beneficiado desta medida? Que o que provocou foi enchentes ao sábado e domingo de manhã (já que há menos tempo para fazer compras) e que ninguém vai abastecer a casa na mercearia? Mais não seja porque as mercearias também elas estão fechadas.

No fundo esta foi uma lei que apenas visou dificultar a vida às pessoas que habitualmente já têm pouco tempo para viver.
Este texto vem tarde e não tem que ver com nenhuma polémica actual, mas já estava para pôr isto aqui à tanto tempo que decidi ser hoje.

09 fevereiro 2006

Que bom...

...que é ter ideias!

Sinto a minha mente a fervilhar e a tentar encontrar erros e lacunas nas ideias que tenho....

Fico contente.

06 fevereiro 2006

Proteger e Servir

No sábado fui multado em 250 euros.

Não estava em excesso de velocidade.
Não estava alcoolizado.

Não estava mal estacionado.

Não resisti a detenção.
Não agredi agentes da autoridade.

Mandaram-me parar na auto-estrada.

Antes mesmo de entregar os meus documentos, já o simpático agente da BT me pedia os papéis da inspecção. Eficiente!
Parece que um carro com 4 anos é um perigo estar a circular. Como no sábado tinham passado 4 dias do limite legal para a inspecção (pagar mais x euros para dizerem que o carro está bom...)estar feita, os simpáticos agentes autuaram-me em 250 euros. Coisa pouca para delito tão grave.

Em 8 anos que conduzo apanhei três multas de estacionamento no meu primeiro ano com carro. Neste segundo carro nem uma multa de estacionamento tive.

Estive a fazer um pequeno levantamento sobre outros valores deste nosso justo código da estrada, e descobri que (fala-se tanto de que a velocidade é a grande causadora dos acidentes em Portugal (já escrevi sobre isto...)) se fosse apanhado a 150 pagaria apenas 60 euros e apanhado a 180, pagaria 120. A mais de 180 km/h, pagaria 240, ainda assim inferior aos 250.

Não estou com tudo isto a dizer que não deveria ter sido multado. Claro que devia porque estava em falta. O que me revolta é o valor exagerado desta coima. Não há ligação entre o delito e a coima aplicada. É isso que me revolta por dentro e me faz ter cada vez mais asco do país em que infelizmente nasci.

Caricaturas

Tem-se falado muito nos ataques (mais uns) dos muçulmanos a ocidentais.
Estes últimos provocados pelas caricaturas publicadas por um jornal dinamarquês em Setembro do ano passado.

De facto, julgo que o mundo muçulmano tem razão em se sentir ofendido com o sucedido, e deveria ter preotestado.
A liberdade de cada um termina onde começa a liberdade dos outros.
Se os muçulmanos não permitem que se façam caricaturas do seu Deus e Profeta (nem sequer o podem representar figurativamente) nós - ocidentais - enquanto povo avançado e civilizado que somos deveríamos simplesmente ter pedido desculpas e prometer que tal não viria a repetir.

O problema é que no mundo ocidental a religião é mal vista, e mal tratada daí que se caia na tentação de julgar que toda a gente é assim. Mas tal como uma manifestante muçulmana dizia ontem na televisão, os ocidentais não compreendem que o mundo muçulmano viva a religião todos os dias...

Mas isto devia ter acabado aqui.
Ao atacarem alvos ocidentais como as embaixadas e consulados Dinamarqueses (e julgo que consulados franceses), os árabes perderam toda a razão que tinham nesta quezília.
Demonstraram uma vez mais que são um povo atrasado e que não consegue resolver qualquer assunto que nao seja a destruir o que quer que seja.

É para mim grave, que dia após dia o mundo esteja cada vez mais separado, e onde os extremos se afastam cada vez mais. Pessoalmente receio muito do que está a passar daquele lado do mundo. É natural que não demos a devida atenção, afinal estão a vários milhares de quilómetros.. mas o governo Palestiniano governado pelo Hamas, e aquilo que se pode passar no Irão, são motivos de sobra para estarmos preocupados. Pelo menos eu estou.

03 fevereiro 2006

Saudades de escrever

Hoje percebi que não me lembro da última vez que escrevi. Que escrevi com uma caneta ou com um lápis.
Não me lembro da minha caligrafia.
Com a minha profissão, o máximo que faço é escrever meia dúzia de palavras nalgum post it ou na parte de trás de um envelope. Nada mais que isso.
Não escrevo com letra legível. São rabiscos que só eu entendo.

Estranha-me que ninguém fale disso. Desde que deixei a "escola" que nunca mais peguei numa caneta e escrevi. Escrever. Porque o que aqui faço é dactilografar ou digitar.. mas não é escrever.

Pergunto me se as crianças que estão hoje na primária ainda trocam bilhetinhos às escondidas das professoras, com quadradinhos para a resposta. Entristece-me que provavelmente enviem em vez disso SMS. Estou a falar sem conhecimento de causa neste caso, mas acho bem provavel.

Escrevemos emails, não escrevemos cartas. Trocamos mensagens, não temos bilhetes.

É o preço do progresso dirão as pessoas, e com razão. Mas escrever.. uma conquista tão importante na História da Humanidade, está a morrer a pouco e pouco. Tenho pena disso. Mas não faço nada para o contrariar...

Gostava de me lembrar de escrever...