Proposta Rodoviária

Eu não sou pessoa de acelerar inconscientemente (até porque não tenho carro para isso), mas revolta-me que "época especial" após "época especial" se venha sempre justificar os acidentes com o excesso de velocidade.
É natural que o excesso de velocidade provoque alguns acidentes, mas não são nem todos (como se pretende passar) nem sequer a esmagadora maioria.

Este exemplo é muito simples e passou se o ano passado quando ia de férias e um homem numa carrinha tipo "Toyota Hiace" simplesmente saiu da sua faixa na auto estrada e vinha para cima de nós. Isto passou se a 100 km/h, mas a razão não foi a velocidade. O dito "senhor" vinha a ler um livro e a guiar. Leram bem. Um livro, em cima do volante. Como se estivesse na poltrona lá de casa. Se não nos tivéssemos desviado e tivesse havido realmente um acidente, alguém duvida de que a velocidade seria a causa responsavel? Pois é...

O que é necessário não são limites apertados de controlo de velocidade. Antes, uma educação activa na responsabilização de condução. Estou farto de ver manobras perigosas passarem impunes.
Eu fico a pensar que as pessoas pensam:

"Estou a fazer marcha atrás numa auto-estrada. Como não passo dos 120, não há problema"
"Está a chover e estou sem luzes ligadas, e passo de faixa sem pôr o pisca, mas como vou a 70, não deve haver problema..."

Voltando ao início do blog, eu não concordo com o limite de velocidade.
Os carros de hoje em dia não são iguais aos carros de à 40 e 50 anos, quando o limite de velocidade era o mesmo. Parece que não nos sabemos actualizar. Porquê manter um limite de velocidade ridículamente baixo?

A minha proposta é simples. Subir o limite de velocidade em auto estradas para 150, e voltar a pô-lo em 120 em datas perigosas. Exemplos disso são o Natal e fim do ano; Carnaval; Páscoa; início e fim de férias; Fins de semana prolongados...

Assim agradaríamos a gregos e troianos. (Ok, não seria tanto assim, mas quase..)
Teríamos um limite mais elástico, e um mais apertado. O efeito é que as pessoas seriam mais compreensivas nas datas em que o limite é de 120 porque também lhes davam mais folga durante o resto do ano. Eu penso que seria interessante estudar-se esta proposta, e porque não, aplicá-la à experiência em uma ou duas das nossas auto estradas, e ver se traz mais acidentes e multas (uma vez que 150 já é um limite que não é facilmente ultrapassavel) ou se pelo contrário as faz diminuir (não pela falta de fiscalização nem pelo aumento do limite, mas antes pelo respeito pelos limites, sejam os de 150 ou os de 120).